1 de set. de 2011

Amorfrenia

                                                                      imagem: weheartit


                  
  Flores inquietas esperando a primavera nos meus olhos.
        Para desabrocharem e beijarem o vento.

Há tempos fixaram-se no solo da minha alma.
Aguardando, numa turva calma,
A chuva que rejuvenesce.
Que enraíza o encanto
E estende o tapete vermelho do tempo.

Botões de flores esperando a primavera nos teus olhos.
Para concretizar um ideal
E retirar a maquiagem do amor.
Olhos limpos na varanda do quarto,
Avistando o jardim e ignorando as folhas secas
Que as cores tentam esconder.

Como eu queria que não houvesse inverno em tua morada...
Só a estação das flores e do sol.
Só o aroma e o brilho
Que não permitem a ignorância.

Como eu anseio pelas tuas palavras sinceras que ainda não vieram...
E que me seriam tão benéficas.

Às vezes chove e não molha.
Às vezes os pássaros cantam e não escuto.
Às vezes a ansiedade é maior que a percepção do real.
Às vezes a espera é muita e a recompensa pouca.

Às vezes não vem.
Simplesmente porque não foi.
Porque nunca existiu.
Porque é só imaginação.
Porque é esquizofrenia do coração.



by Rachel Nunes*

7 comentários:

Anônimo disse...

Nós plantamos, mas o nascer é uma incógnita.

Sândrio cândido. disse...

A analogia das flores é tão bela neste poema
abraços

Josiani Rocha disse...

Que poema lindo, Rachel. E quanta espera destas flores.
Há de vir, há de ser e de existir.

Um beijo

Ayanne Sobral disse...

Me fez sorrir flores.

Lindo. Lindo.

Anônimo disse...

Amorfrenia, isto dá uma tese, rsrs

Esquizofrenia do coração e por que não? Aposto que um dia cientistas descobrirão isto, mas Rachel já sabia e ainda descreveu poeticamente com sabedoria de flor.

Beijos!

deia.s disse...

Que bonito, não?
Gostei muito, e aqui está lindo, como sempre esteve! :D

Ótima semana pra ti.

http://amar-go.blogspot.com/

Cáh Morandi disse...

Obrigada pela presença lá no meu blog!

Adorei seu blog!

Beijos, Cáh Morandi